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Indústria criativa não é panaceia: os equívocos do Minc

Falar das chamadas indústrias criativas tornou-se quase uma obrigação. Até porque, agora, uma secretaria do Ministério da Cultura foi criada para cuidar das Economias Criativas. No entanto, parece que isso virou uma panaceia. A ministra Ana de Hollanda, numa recente entrevista à Folha de São Paulo (13.01.20011), diagnosticou a necessidade de emancipação das Leis de Incentivo e, consequentemente, de profissionalização dos artistas, afirmando que a economia criativa prepararia “o ambiente para que isso flua, para que a produção seja difundida.” E é nesse diagnóstico e nesse vínculo causal que residem os equívocos da nova orientação do Minc.

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Política cultural: redes ou centralidade?

Imagem: Glenio Campregher

A transição política no Ministério da Cultura já apresenta os primeiros sinais de mudança. A pergunta: em que medida o discurso de posse da Ministra da Cultura, Ana de Holanda (01), modifica ou reafirma as conquistas culturais ocorridas na gestão de Gilberto Gil e, de certo modo, garantidas por Juca Ferreira?

Uma análise nessa direção deve nos precaver, entretanto, de cair numa possível negatividade. Opor-se ao outro, diria Nietzsche, é próprio da fraqueza. A potência, ao contrário,  quer afirmatividade.  Por isso mesmo, o artigo em tela não esconde sua opção: afirma a importância da política cultural colocada em prática por Gilberto Gil e Juca Ferreira. Não por ser “propriedade” de alguém, mas por ter ocorrido uma apropriação da ordem da multidão conectada (e não das massas). E também porque foi objeto de discussão pelo país afora. Manifestamos, assim, nosso desejo de continuidade e, mais do que tudo, queremos o avanço social dos mecanismos de gestão pública implantados, entre eles a participação de amplos setores da sociedade civil.

Estamos no momento, portanto, de anotar e avaliar a transição política no Ministério da Cultura. Todas as nossas boas-vindas a essa pessoa que é Ana de Holanda. Se examinamos algumas de suas posições, o fazemos para discutir ideias e não pessoas. E alguns pontos merecem destaque.

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Pixo: política pública ou criminalização?


“But what can a poor boy do/Except sing in a rock´n´roll band/Guess in sleepy London town there´s just no place for a street fighting man” – Rolling Stones

Por iniciativa do governo municipal de Belo Horizonte, e numa ação combinada com o governo Estadual, foi criada uma delegacia especial para lidar com a questão da pixação. Os chamados “delitos” passam a ser enquadrados no  Artigo 288 do código penal brasileiro: “Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: Pena – reclusão, de um a três anos. (Vide Lei 8.072, de 25.7.1990)”.

Enquanto em diversas esferas discute-se a questão expressiva e social da pixação, principalmente a partir da Bienal de São Paulo, em Belo Horizonte optou-se por criminalizar a juventude. A mão do Estado desce pesada sobre pessoas que, na sua maioria, jovens oriundos da periferia, encontram na pixação uma saída para o sufoco existencial e político.

É o que ocorreu, recentemente, com a prisão dos Piores de Belô – um coletivo de pixadores. Os jovens encontram-se presos em penitenciária, por tempo indeterminado, enquanto aguardam julgamento.

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Política e estética do dissenso: o caso da pichação na Bienal de São Paulo

A Bienal de São Paulo/2010 incluirá a ação de pichadores na mostra. O convite foi feito ao mesmo grupo que, ao invadir a Bienal de 2010, foi preso, sendo que uma das integrantes ficou trancafiada por quase dois meses. Na época (Bienal de 2008), os curadores reagiram violenta e ruidosamente ante o atentado à arte e ao patrimônio público, deixando na mão das instituições judiciárias kafkanianas a sorte da jovem que havia pichado a Bienal. A nova curadoria, sob a coordenação de Moacir dos Anjos, opera uma reviravolta conceitual e política: o que foi condenado brutalmente sob as luzes do consenso estético-político (defendido a unhas e dentes pela curadoria anterior), volta para se manifestar,  agora sob a ótica do dissenso.

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Ecum: programa de oficinas 2009

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O Ecum – Centro Internacional de Formação em Artes Cênicas – divulga  o seu Programa de Oficinas de 2009. O Programa ocorrerá em Belo Horizonte, no período de 26 a31 de outubro de 2009. E sendo  parte do calendário do Ano da França no Brasil, trará artistas e pesquisadore franceses importantes, numa concentração ímpar.

Interessante, além disso, a modificação que o Ecum realiza: de  “Encontro Mundial de Artes Cênicas”  para “Centro Internacinal de Formação e Pesquisa em Artes Cênicas”. Acredito que não se trata da mesma coisa. Guilherme Marques e sua equipe estão, sem dúvida alguma, criando uma nova plataforma para o projeto. Aguardamos , então, notícias sobre essas novas perspectivas.