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Marcar e ser marcado: juventude e pixação

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“O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais convida para o seminário “Juventude e Pixação – Marcar/Ser marcado” a se realizar no dia 4 de julho de 2013, às 14h, no auditório da FEAD (Rua Santa Rita Durão, 1160 – 6º andar, Funcionários), em Belo Horizonte.

Coordenado por Cristiane Barreto, Luiz Carlos Garrocho e Paulo Rocha, o evento contará também com as participações da psicóloga e diretora de projetos e pesquisa, Joana Ladeira; da psicóloga e especialista em gestão social, Flávia Soares; do psicólogo e especialista em gestão, elaboração e avaliação de projetos sociais em áreas urbanas, Guilherme Dell Debbio; do psiquiatra e psicanalista, Musso Greco; e da psicanalista e professora, Ludmila Zaggo. As mesas terão como debatedores o psicanalista Sérgio Mattos e o professor de artes e filosofia Rogério Betonni.

As inscrições são gratuitas. Basta encaminhar um email para comunica2@crp04.org.brcolocando no assunto o nome do evento e informando seu nome completo, telefone e instituição que atua.  As vagas são limitadas.”

Mais informações pelo telefone (31) 2138-6769.

Outras referências –

Agenda Juventude e Pixação

Pixo: política pública ou criminalização?

Manifesto Liberdade aos Piores de Belô. Conjunto Vazio

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Agenda Juventude e Pixação (2): equívocos do Movimento Respeito por BH

 


Crítica da criminalização e da campanha movida contra os pixadores

A imagem acima é parte da peça publicitária que a Prefeitura de Belo Horizonte vem divulgando pela cidade, sob a rubrica do Movimento Respeito por BH. A ação do poder público municipal, associando-se a outras esferas, como a Polícia Militar, Polícia Civil e um procurador, visa isso mesmo que está aí na imagem: o pichador no presídio! E mobilizam, através da propaganda, o denuncismo e, nessa linha, tratam o jovem que se expressa por esses meios, nos limiares da legalidade, como bandido!

Como venho mostrando nesse blog e, na última postagem dedicada ao lançamento da Agenda Juventude e Pixação, essa é uma ação que se equivoca como política pública. Mas que se mostra coerente com outras ações que têm por objetivo a criminalização da cultura das ruas, como mostra Naomi Klein no livro em Sem Logo. Essa é uma característica das cidades em que as políticas públicas inclusivas estão abandonadas ou em crise.

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Agenda Juventude e Pixação (1): lançamento

Lançamento da Agenda

Foi lançada a Agenda Juventude e Pixação, num debate promovido pelo Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais, em 25 de novembro de 2011. A coordenação da Agenda e dos debates é de Cristiane Barreto, psicanalista e psicóloga. Paulo Rocha, do Conjunto Vazio, e este que vos escreve são os outros cavaleiros iniciais dessa causa. Este post revela apenas a minha opinião, não sendo necessariamente a dos outros mobilizadores e participantes.

A Agenda possui os seguintes eixos: a) a afirmatividade e positividade do pixo como expressão e percepção do urbano; b) a crítica contundente da criminalização do pixo e da juventude; c) o desejo de contribuir para a construção de políticas públicas inclusivas.

Note-se que a Agenda é apartidária. E não tem por princípio a oposição ou a concordância, a priori, a qualquer gestão de governo. No entanto, se dá o direito de discutir, criticar e responsabilizar as políticas para a juventude, particularmente para a questão do pixo. A presença de políticos “profissionais” nos encontros – pois todos nós somos políticos da vida – se deve ao interesse de cada um. Esse primeiro encontro foi apenas um desenho possível, para aquele momento. Outros momentos poderão contemplar perspectivas distintas. 

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Nova cruzada moral e caça às bruxas: o pixo em Belo Horizonte

Imagem do Blog Mene Lick 2o Ato

“Mais quantas gerações de jovens ainda vão escalar paredes como bichos e inventar sua própria língua, para nos dizer que sim, são gente? Fernando de Barros e Silva, Folha de São Paulo

Mudança de orientação em termos de política pública?

Para alcançar a meta de tornar Belo Horizonte uma “cidade sustentável”, a atual Administração Municipal de Belo Horizonte tem, entre suas diversas estratégias, e com o apoio de um promotor do Ministério Público Estadual, o enquadramento de jovens pixadores por crime de “formação de quadrilha”, o que os faz aguardar julgamento em presídio, por tempo indeterminado. Se não é esta a intenção, é o que está de fato acontecendo. Ou o que se pretende que aconteça.

Basta citar o exemplo que vimos denunciando neste blog, o de um grupo de jovens pixadores,  autointitulados Piores de Belô, que foram autuados e presos por 117 dias, até que se iniciasse o julgamento. Por decisão do juiz na primeira audiência, os jovens retornaram aos seus lares para passar Natal e Ano Novo com as famílias, aguardando a continuidade do julgamento em liberdade.

Concluiu-se que os jovens atuavam em “bando”, logo, em “quadrilha”. Daí, mudar o enquadramento para o Artigo 288 do código penal, foi um passo. Torna-se evidente a perversidade desta estratégia, cujo objetivo é realmente o “recrudescimento da repressão”, segundo a expressão utilizada pelas autoridades. Ora, como os adolescentes e jovens vivem em grupos, seja para brincar, jogar, aprender sobre a vida, a utilização do recurso cai como luva na intenção de utilizar a penalidade máxima disponível!

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O graforisco: pixo, poesia do acaso e política pública

” (…) na transversal da cidade PALAVRAS-OBJETOS-COISAS que são também as EMOÇÕES OBJETOS/ABJETAS estampadas nos muros, casas, muretas. para quem quiser e/ou mesmo não quiser ver. (…) sair na calada da noite – PIXAR-PIXANDO – como se a rebelião estivesse no fato de buscarmos um outro sentido das palavras.” Cristina Fonseca, in A Poesia do Acaso – na transversal da cidade.

A escritora, poeta e videoartista, Cristina Fonseca, publicou A Poesia do Acaso em 1981. De lá para cá, o livro conserva o momento e o contexto de sua criação e, ao mesmo tempo, permanece atual, principalmente nessa discussão sobre o estatuto do pixo nas grandes cidades.

Uma discussão urgente, tendo em vista que, em Belo Horizonte, as autoridades municipais decidiram que os jovens pixadores devem ser enquadrados não mais na lei de “crime ambiental”, mais branda, mas como “formação de quadrilha”. Como denunciamos num artigo anterior (Pixo: criminalização ou política pública?), os jovens aguardam julgamento por tempo indeterminado, misturados com criminosos de toda espécie.