Encontro com o Prof. Tomio Kikuchi

Passei três dias do último feriado de Abril participando do seminário Destino: drama humano do viver e morrer, com o Prof. Tomio Kikuchi, orientador da alimentação vitalizante (também chamada de macrobiótica), estrategista, pensador e mestre de Aikido. O evento foi promovido pelo Restaurante-Escola Fonte de Minas, em Belo Horizonte.

Kikuchi traz uma sabedoria pragmática, avessa a todos os dogmatismos, principalmente ao mercantilismo esotérico, que torna as pessoas cada vez mais dependentes de crenças e outras mercadorias. Kikuchi é discípulo de George Osawa, criador da macrobiótica.

A base dos ensinamentos de Kikuchi é a auto-educação pela alimentação. O mestre adentra por veredas que conectam pensamento estratégico e sobrevivência. Uma de suas expressões: “o inimigo é inevitável, inexorável e inesgotável”.

O desequilíbrio é, para o professor, o ponto de partida. E não há equilíbrio em ponto de chegada. Você surfa em ondas desequilibrantes e sucessivas. Ou, afunda. Carlos Rennó, poeta e letrista que foi aplicado na macrobiótica por Gilberto Gil quando organiza o livro Toda as letras, deu uma entrevista à revista Vida Simples, na qual expõe um pouco a dinâmica dos ensinamentos de Kikuchi:

“Você muda a partir do seu sangue. Quem transforma seu sangue transforma a qualidade de seu pensamento, de seu sentimento, da sua vontade. E aí muda sua vida.” (…) “Na verdade, a vida muda dinamicamente, para melhor e para pior e para melhor e para pior e para melhor, sendo que cada pior e cada melhor não são como os anteriores, mas diferentes. Porque o processo não é linear, mas espiralado. Não existe nada absoluto. Assim, só nos são possíveis a liberdade e a felicidade relativas.”


Mais informações:

Restaurante Fonte de Minas. Rua Guajajaras, 619, casa IX. Vila Werneck – Centro – Belo Horizonte – Tel: (21) 3224-9630
Restaurante Satori (Prof. Kikuchi). Praça Carlos Gomes, 1o andar – Liberdade – São Paulo
Tomio Kikuchi – wikipédia
Viva o desequilíbrio. Revista Vida Simples.

O neo-materialismo de Manuel DeLanda

Exponho trechos de uma entrevista em que o filósofo e artista mexicano, Manuel DeLanda, radicado nos Estados Unidos desde 1975, aborda o que ele chama de neo-materialismo. O conceito de neo-maerialismo de DeLanda é interessante porque modifica concepções sobre o tema já um pouco desgastado e preso às concepções marxistas.

Delanda teve uma fase voltada para o cinema experimental e, mais recentemente, tem trazido, também, importantes contribuições no campo da filosofia e das ciências sociais, tecendo relações entre filosofia e ciência, envolvendo teoria do caos, complexidade, sistemas auto-organizados, inteligência artificial, economia etc. Seus textos trazem a influência direta de outro pensador, Gilles Deleuze. Em tempo: Deleuze e Guattari, por exemplo, falam de uma materialidade energética e expressiva (vide Mil Platôs).

Faço uma tradução livre do inglês, de trechos da entrevista, concedida a Konrad Becker e Miss M. em Virtual Futures:

“Obviamente, eu coloco a palavra “neo” para distinguir do materialismo marxista. A única coisa boa que o marxismo nos deu foi seu materialismo, a idéia de que é necessário explicar a ocorrência das coisa sem apelar para Deus, sem apelar para as essências platônicas, sem apelar para qualquer coisa transcendente. Obviamente que os marxistas, desde que eles compraram a dialética Hegeliana, não são definitivamente verdadeiros materialistas, pois a dialética não é algo deste mundo. Lênin, mesmo que eu deteste as coisas que ele fez, se opôs aos filósofos idealistas, para os quais tudo o que existe é fruto de nossa percepção. Ao dizer que existe uma exterioridade do mundo, sendo necessário levar isso em conta, dizemos que nem tudo é informação, que nem tudo é idéia, que nem tudo é armazenamento cerebral. Que existe algo concreto a ser considerado.

Eu chamo isso de neo-materialismo e que é, de certo modo, uma filosofia antiga, mas que é nova quando, incorporando teorias de auto-organização, matéria e energia por si mesmas sem humanos e sem vida, são capazes de gerar ordem espontaneamente.

(…)

Neo-materialismo significa o conhecimento de que nós temos negligenciado a matéria por um longo tempo, num percurso que remonta a Aristóteles. Aristóteles já havia separado a causa formal da causa material em sua classificação das causas. Essa classificação sedimentou-se na filosofia Ocidental e expandiu-se pelo século 20.

Tudo isso remonta aos Gregos, para os quais a matéria era uma espécie de receptáculo inerte para as formas e os humanos viriam dessas formas que eram impostas ao recipiente inerte. Isso tem certa origem nas classes e castas, porque, voltando aos gregos, o ferreiro, o cara que trabalhava com a matéria, vivia fora da cidade, gastando todo o seu dia diante do fogo, lidando com metais, e o que é mais importante, jamais vindo à cidade para usar a palavra. Assim, os cidadãos gregos não confiavam num ferreiro: “Ele não fala. Ele não vem aqui discutir”. Escravos ou ex-escravos e trabalhadores manuais, alguns eram trabalhadores de artesanato – sejam mulheres na cozinha ou ferreiros trabalhando com metais ou artistas populares criando objetos – todos eram considerados como atividade secundária, de uma atividade inferior. A atividade intelectual, ao contrário, esta era considerada real, que é o ato de lidar com os conceitos.

Neo-materialismo significa revelar o sentimento que nos leva a negligenciar pessoas por um longo tempo, descobrindo que existe um modo de conhecimento muito mais interessante, relativo a habilidade de lidar com a matéria – na cozinha, na oficina do ferreiro, na oficina de tapeçaria. Relacionar uma estoque mental de representações e conceitos é interessante, também, mas isso é mais interessante quando vem de um conhecimento direto e sensual da matéria”.

Referências:

Site com informações e textos de Manuel DeLanda na biografia compilada por Tom Tyler

A Thousand Years of Nonlinear History Zone Books (September 18, 2000)

A New Philosophy of Society: Assemblage Theory And Social ComplexityContinuum International Publishing Group (November

War in the Age of Intelligent MachinesZone Books (December 2006, 1991)

Intensive Science & Virtual Philosophy Continuum International Publishing Group; New Ed edition (May 2005)

Veja e escute as aulas de DeLanda no Youtube

DELEUZE, Gilles e GUATTARRI, Félix. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Volume 1. Tradução deAurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995a.

______; ______. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Vol.2 Tradução de Aurélio
Guerra e Célia Pinto Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995b.
______; ______. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Vol. 3. Tradução de
Aurélio Guerra Neto et. alii. Rio de Janeiro: Editora 34, 1996.
______; ______. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Vol. 4. Tradução de Suely
Rolnik. São Paulo: Editora 34, 1997a.
______; ______. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Vol. 5. Tradução de Peter
Pál Pelbart e Janice Caiafa – São Paulo: Editora 34, 1997b.


Zikzira Teatro Físico: espaço ação e intervenções urbanas

Zikzira Teatro Físico está realizando o projeto Solilóquio, na sede do grupo, o Espaço Ação – um lugar voltado para a difusão e a formação em teatro físico e criações híbridas, em Belo Horizonte. Fernanda Lippi e André Semenza estão instigando na cidade um olhar sobre as potências do corpo manifesto, que é o teatro físico.

“O zikzira espaço ação estreia o programa de 2008, ‘Soliloquios’, com solo internacional, do premiado bailarino Coreano Sung hwa Kim, no dia 09/10 de Maio, com bate papo, na Zikzira. Entrada franca. O zikzira espaço ação volta a todo vapor e dá continuidade a sua programação. Contemplado pelo Prêmio Cena Minas o espaço abre inscrições para o projeto “Solilóquio”.
Em 2008, o espaço da continuidade a seu programa variado e internacional chamado ‘ação contraria’, apresentando o projeto Solilóquio, onde demonstra o não confinamento nas suas formas de abordagem cênicas; dando a oportunidade para artistas que tenham uma característica singular a realização de cenas individuais, onde a forma dramática do discurso em que o corpo extravasa de maneira ordenada ou não, os seus pensamentos e emoções em monólogos ou solos, sem dirigir-se especificamente a qualquer ouvinte, criando assim um tempo no espaço onde o privilegio de testemunhar um ato de ações físicas se torna público.
Artistas brasileiros que tenham uma característica singular são convidados para apresentarem cenas individuais. As inscrições podem ser feitas pelo site
www.zikzira.com/actionspace. O projeto “Solilóquios” sinaliza para o incremento da dimensão inclusiva desta Companhia em diversos sentidos. Em primeiro lugar, todas as apresentações resultantes deste projeto serão objeto de gratuidade. Em segundo lugar, a realização de debates entre platéia e artistas pretenderá mais do que apenas a exposição de seus respectivos processos criativos: esperamos ainda contribuir para a elevação do juízo crítico do público presente em nossas apresentações. “

– Em tempo: O Zikzira está participando de uma intervenção cênica em São Paulo, no dia 12/03, juntamente com o Teatro da Vertigem e o grupo de teatro Peruano, Lot. A consultoria é de Antônio Araújo.
Referências:

www.zikzira.com/actionspace
ROMANO, Lúcia. O teatro do corpo manifesto: teatro físico. São Paulo: Perspectiva-
Fapesp, 2005.

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Do Teatro Performativo e das vanguardas: anotações sobre o Encontro Mundial de Artes Cênicas

Abro algumas anotações sobre duas conferências do 6o Encontro Mundial de Artes Cênicas A cena emergente.

Josethe Féral apresentou uma conferência intitulada “Por uma poética da performatividade”. O conceito de performatividade é colocada no lugar de teatro-pós moderno e teatro pós-dramático.

– Por que performatividade? Féral entede que o conceito de performatividade está no centro do teatro hoje. Ela discutiu o conceito de performance, que subtende duas visões: a) o conceito antropológico, estudado e difundido por Richard Schechner e b) o conceito oriundo do campo da performance art. Féral fará uso das duas fontes para construir a noção de performatividade. No primeiro caso, ela considera que o termo performance toma um sentido muito amplo, ao abarcar, na trilha de Shechner, todos os domínios da área da cultura, desde os ritos, esportes, eventos espetaculares etc. O conceito, então, perderia muito de sua eficácia teórica.

– Féral contextualiza essa linha de pensamento: no desejo político dos anos 80 de reinscrever a arte no cotidiano, combatendo ainda a separção entre cultura popular e cultura erudita. A obra que teria impactado decisivamente o contexto cultural nesta perspectiva é The end of humanism, de Richard Shecnner, publicada em 1982.

– Josette Féral ainda citou outro autor e obra, que não consegui anotar, e que teria focado a performace como pensamento artístico. Renato Cohen, um autor, criador e difusor desse campo no Brasil, seguia justo pelas trilhas de uma performance como linguagem. A performance, nesse sentido, redefiniu, para Féral, os parâmetros da arte e do teatro.

– Portanto, para construir o conceito de performatividade ela utiliza, numa via, a visão antropológica, via Schechner, para quem o ato performativo caraceteriza-se como um jogo ritual sob três aspectos: being (ser), doing (fazer) showing (mostrar). E noutra via, as pesquisas e criações da performance art.

– No teatro perfomartivo, não estamos mais na esfera da representação, mas no acontecimento – no real. Tais realizações não podem mais serem julgadas, diz Féral, como sendo verdadeiras ou falsas: elas simplesmente acontecem. Pertecem à ordem da ocorrência (eventness). Coloca-se em cena o processo, realçando o aspecto lúdico do acontecimento, num risco real do performer.

– Josette Féral mostra ainda que a performatividadade tem a ver com os elementos de desconstrução e intertextualidade, de escrita como obra performática (Derrida). Nesta ordem, pode-se ou não, no teatro performativo, que o objetivo seja atingido. Há uma desconstrução dos signos e o espectador descobre o prazer em participar disso. O objetivo da performance não é o de produzir signos, como é o caso do teatro, mas sim de flutuar na ambiguidade das significações.

– No final de sua exposição, ela pergunta se a performatividade, ao se contrapor à representação, não estaria se diferenciando também da teatralidade.

Richard Schechner fez teleconferência intitulada “Cinco vanguardas… ou nenhuma”. Alguns traços por ele realizados me chamam a atenção: a) se ainda podemos falar de vanguardas quando em todos os lugares (festivais, encontros etc.) o que temos são os procedimentos e realizações da performance, das linhas de experimentação em arte; b) a economia global; c) a transformação da arte em evento (vide o 11 de Setembro nos EUA); d) as relações entre arte e ritual. Apesar de não estarem situadas no mesmo dia, a fala de Schechner me coloca muito mais em continuidade e contraponto à de Josette Féral – por isso as apresento juntas.

– A exposição de Schechner sobre a globalização e a performance, assim como a transformação da arte em evento trouxe muitas perguntas. Schechner citou dois comentários de artistas sobre os ataques às torres gêmeas, sem falar no seu comentário pessoal, já que ele assistiu à destruição do seu próprio apartamento. O que ele afirma é que não se tratava, naquele caso, de uma ofensiva puramente militar, mas de uma investida no plano mental, na transformação do evento num espetáculo: no efeito do medo. Schechner cita dois comentários de artistas sobre o ataque às torres gêmeas. Primeiro, o músico Karlheinz Stockhausen, que afirmou sobre o ataque terrorista: “O que aconteceu lá, e agora todos vocês têm de reajustar seus cérebros, é a maior obra de arte que já existiu”

– O segundo, Dario Fo, que disse ser a destruição de vidas produto da mesma lógica, capitalista, que mantém milhares de pessoas em condições sub-humanas no planeta, quando não simplesmente mortas dia após dia. O que chocou a mídia e muitas outras pessoas, diz Schechner, não foi a fala de Dario Fo, mas a de Stockhausen, porque este cita a arte. Equivale um ataque terrorista à categoria de obra de arte? É a pergunta que Richard Schechner deixa no ar.

– Muitas e muitas pessoas no mundo dedicam-se à arte como vida, realizando o sagrado, não buscando recursos ou fama. Lembremos que, no contexto do pensamento de Schechner a performance está ligada às dimensões simbólicas do agir humano, se posso dizer assim. Portanto, como ele mesmo disse na teleconferência, se há os que procuram na arte a chance de se tornarem inseridos no mercado, há os que se dedicam aos aspectos religiosos e cotidianos. Há, aqui, ecos de John Cage, que Allan Kaprow teria se apropriado ao falar de uma arte como vida, diferentemente de uma arte como arte. Se esta última segue na linha de tradição da obra de arte a outra tem por necessidade as pequenas ritualizações cotidianas que formam experiências possíveis experiências estéticas.

John Cage, apropriando-se do Zen Budismo, trouxe esse plano possível: o de que não há nenhuma experiência do sagrado (em religião ou arte) que seja superior à nossa experiência cotidiana.

– Penso que, num mundo globalizado, de um capitalismo que se faz cognitivo e cultural, a performance art e os planos de experimentação passam a fazer parte daquilo que Maurizzio Lazzarato e Antonio Negri chamam de “trabalho imaterial”.

– Além disso, penso que Shechner está falando não somente de uma performance num sentido amplo, que é o antropológico (ritos e modos de ser, fazer e mostrar), mais do que isso, ele abala definitivamente as fronteiras e limites da arte, trazendo-a para o plano da mente e da impossiibilidade de categorização. A arte explode para fora dos seus redutos de desenvolvimento e passa por mutações.

O pensamento nômade de Ailton Krenak

Tive o prazer de almoçar com Ailton Krenak, cacique, líder da causa indígena e ambiental, coordenador da União das Nações Indígenas (conselho que reúne 180 tribos) e assessor do Governo de Minas Gerais para as questões indígenas. Túlio Marques, militante da causa ambiental e cineasta, foi quem me apresentou Ailton Krenak.

Fígura impar, diga-se de passagem. E com posses de excelente humor e vivacidade.

Enquanto almoçavamos um prato macrobiótico, Ailton Krenak foi traçando seu pensamento nômade. Um pensamento que não busca referências, estando sempre a caminho. E com um brilho nos olhos que vai ao encontro dos olhos de seu interlocutor, Ailton exercita uma fala leve e certeira.

Relatei a Ailton Krenak o meu primeiro contato com povos indígenas, aos cinco anos de idade, quando vi uma tribo, possivelmente de Maxacalis, entrando em Teófilo Otoni com uma série de movimentos e danças. Imagem muito forte que ainda toca minhas retinas, principalmente quando me deparei com um menino índio da minha idade, sendo que, durante uma fração de tempo, nós nos olhamos parados.

Ailton fez a cartografia dessa imagem: traçou planos, cartas e abriu um universo até então desconhecido para mim: “Eles não estavam entrando na cidade para dançar ou festejar, mas deveriam estar a caminho para o sul da Bahia, realizando um plano mágico e no percurso atravessavam instituições, cidades, alojamentos…”

E por aí Ailton Krenak foi me iniciando – posso dizer assim – num pensamento de reencantamento do concreto. Coisas leves, sem propósito, mas que vão se insinuando como um vento que vem de longe. Contou mais sobre os Maxacalis, povo que admira muito, principalmente porque mantêm sua língua original, apesar de estarem em permanente contato com o que ele chama de “pior da natureza e do humano”, ou seja, a destruição dos recursos naturais de que Minas Gerais, na região do Vale do Rio Doce, que ele considera sem parâmetros com o resto do país e, também, com a violência e a exploração humana que caracterizam a região.
No meio da conversa, Ailton acolheu e soltou um pensamento sobre a não-referencialidade e a dispersão do eu: “A gente imagina que é referência de alguma coisa. Uma bobagem (risos). Basta a pessoa sumir ou morrer que o cotidiano continua intocado…”

O nosso líder Krenak é uma pessoa que exercita um pensamento que espreita o momento, valoriza o encontro e dispersa esforços de auto-importância, sem deixar de estar atento ao entorno. Nos despedimos com o desejo de um futuro encontro.

Valeu, Ailton.

Referências:
Blog do Cacique Ailton Krenak
Rede Povos da Floresta
Entrevista: Receber sonhos. Versão eletrônica de
Teoria e Debate da Fundação Perseu Abramo.
Julho-Agosto de 1989.
NOVAES, Adauto org. A outra margem do ocidente. Cia das Letras.