Autor: Luiz Carlos Garrocho
Um aprendiz do sensível. Professor, pesquisador e diretor de teatro. Filósofo.
Está começando o Festival Internacional de Improvisação Teatral. O evento é uma realização da Liga de Improvisação Teatral de Belo Horizonte, grupo dirigido por Mariana Muniz.
Não por acaso, Belo Horizonte está sendo tomada pela performance improvisacional – desde os projetos experimentais Momentum e Improvisões (veja mais no Blog Converse: Arte Expandida), passando pelo Encontro de Improvisadores da Cia Quik, da presença de Dudude Herrmann, do último espetáculo e Adriana Banana, Kronos Material que abriga indeterminação, à Cia Acômica com sua Arena de Tolos.
O Fimpro traz espetáculos, oficinas, debates e conferências sobre a improvisação teatral. Uma oportunidade ímpar!
Improvisões edição 2008 está começando. E neste ano abre com o Fórum Improvisões, trazendo conferências e debates sobre o tema das improvisações intermídias, da cena em processo, dos hibridismos e narrativas contemporâneas. Nos dias seguintes, ocorrem as apresentações improvisacionais: artistas de imagem, corpo e som dialogando ao vivo, diante do público e sem hierarquias. A consultoria artística do projeto é de Marcelo Kraiser.
14h: Ricardo Aleixo (poeta e performer) apresenta a conferência-performance “Desvios para a dispersão: Orfeu, John Cage, Exu”.
15:30: Ivana Bentes, diretora da Escola de Comunicação da UFRJ e pesquisadora em arte contemporânea, faz a conferência “Arte e Dispositivos”.
Dia 1/09 -Peter Lavratti e Claudia Lobo (corpo)Nara Vargas, Marina Utsch e Débora Pessali (imagem)Wesley Cristiano, Gilmar Gonçalves e Leandro Oliveira (som)
Dia 3/09 – Paulo Rocha e Diogo Ribeiro (corpo)Tatu Guerra (imagem)Philippe Lobo (som)
Dia 5/09 – Livia Rangel (corpo)Elias Mol (imagem)Thiago Correa (som)
Dia 7/09 – Christina Fornaciari (corpo)Alexandre Milagres (imagem)Babilak Bah (som).
Mais informações: 3277-4697
De minha parte, fascinante é o vídeo da criação cênico-corpórea intitulada Desconsiderare II, realizada no Equador: um grupo de mulheres num banheiro masculino, com Paola dançando num plano mais elevado. A performance produz uma atmosfera estranha, sensual e despudorada. Aliás, atmosfera é o termo que Marcelo Kraiser utiliza para dizer de algo essencial numa cena e performance. Gostei demais. Tudo o que muitas performances frívolas, que se intitulam de arte contemporânea, não conseguem realizar: coragem e poesia de quem faz (na próxima postagem eu falo sobre esse assunto).
Imagem de Marcello Casal JR Abr- fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/media/imagens/2007/09/11/1719mc198.jpg/view
A invasão bárbara de Gil abriu caminhos para a dimensão plural das culturas: singularidades do existir cotidiano. A gestão Gil deixa-nos, antes de tudo, a condição para não ficarmos reféns das referências exclusivamente corporativas, que procuram dominar hegemonicamente o debate e o espaço político. Cultura como economia da libido, estratégia de resistência aos poderes, re-invenção do humano.
A passagem de Gilberto Gil pelo Ministério da Cultura do Brasil foi uma refazenda: “anoitecerá tomate e amanhecerá mamão” – como ele mesmo disse, ao se despedir.
Mais referências:
Gilberto Gil: lado A e lado B –