Meados dos anos de 1970. Gilberto Gil usava uma roupa branca. Não lembro qual música abria o show, porém, uma delas, que abre o disco correspondente, é sim a marca daquele momento. Começava de um modo estranho: “Tava comendo banana pro santo/ Pra quem?/ Pro santo/ Pra quem?/ Pro santo/ Pra quem?
A música era João Sabino. Longa (na gravação, mais de 11 minutos) e inspirada. E não falava da nada muito palpável: não era música de amor, não era música de protesto, não era música de nada. Música de música. Você acompanhava um movimento que, num dos sentidos, desembocava no nascer do sol: (…) Atrás do monte/ De mi pra fá/ Sustenido, suspendendo/ Sustentando, ajudando o sol/ Nascer…