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Singularizações do social mediante o sensível

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O acontecimento se dá no encontro. Nos casos que relato a seguir, estou dizendo de um corpo (o meu) que se depara com outro corpo ou corpos na singularidade de uma situação. Uma cena que emerge desse lugar.  Não é um tipo de uma ocorrência, diz Deleuze sobre o acontecimento. É uma síntese disjuntiva mundo-linguagem.

Interesso-me pelos signos sensíveis do cotidiano – que têm sido parte de iluminações avulsas, epifanias do momento, engendradores de acontecimentos.

No caso, quero falar de algumas ocasiões em que sou tomado pela percepção de uma singularização do social,  a partir do acontecimento proporcionado pelos signos sensíveis do cotidiano. Um agenciamentos que se inscrevem nos corpos num dado momento e que revelam mudanças na esfera econômica principalmente.

Talvez você possa considerar estranho ou mesmo difícil que a imediaticidade do acontecimento, no âmbito do sensível, possa diagramar algo de natureza analítica: a compreensão de uma mudança em curso na sociedade. Que os corpos exibem como marcas, em que eles estão comprometidos. A expressão não existe fora dos seus termos – no caso, a imanência concreta da vida cotidiana.

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Livro do Poro em pdf

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O livro Intervalo, respiro, pequenos deslocamentos – ações poéticas do Poro, encontra-se disponível para download em pdf. É um material muito interessante sobre” intervenção urbana, espaço público, ações poéticas/políticas, apropriação midiática, cidade, poesia de rua e afins…”

Entre os textos de vários autores, encontra-se um artigo que escrevi juntamente com Daniel Toledo, ator e jornalista, cujo mestrado versa sobre arte pública.

Além dos textos, você encontra belas imagens, que nos remontam às ações e intervenções do Poro nas cidades.

Para baixar, basta clicar no link:  www.poro.redezero.org/publicacoes/ebook.

 

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Marcar e ser marcado: juventude e pixação

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“O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais convida para o seminário “Juventude e Pixação – Marcar/Ser marcado” a se realizar no dia 4 de julho de 2013, às 14h, no auditório da FEAD (Rua Santa Rita Durão, 1160 – 6º andar, Funcionários), em Belo Horizonte.

Coordenado por Cristiane Barreto, Luiz Carlos Garrocho e Paulo Rocha, o evento contará também com as participações da psicóloga e diretora de projetos e pesquisa, Joana Ladeira; da psicóloga e especialista em gestão social, Flávia Soares; do psicólogo e especialista em gestão, elaboração e avaliação de projetos sociais em áreas urbanas, Guilherme Dell Debbio; do psiquiatra e psicanalista, Musso Greco; e da psicanalista e professora, Ludmila Zaggo. As mesas terão como debatedores o psicanalista Sérgio Mattos e o professor de artes e filosofia Rogério Betonni.

As inscrições são gratuitas. Basta encaminhar um email para comunica2@crp04.org.brcolocando no assunto o nome do evento e informando seu nome completo, telefone e instituição que atua.  As vagas são limitadas.”

Mais informações pelo telefone (31) 2138-6769.

Outras referências –

Agenda Juventude e Pixação

Pixo: política pública ou criminalização?

Manifesto Liberdade aos Piores de Belô. Conjunto Vazio

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Os protestos, a Copa e a cidade

Fifa
Imagem: Comitê dos Atingidos pela Copa: https://www.facebook.com/atingidos.comitedacopa?directed_target_id=0

O fracasso da velha esquerda em pautar e conduzir os protestos não precisa necessariamente significar que os protestos não sejam de esquerda, como alguns sentenciaram horrorizados. Talvez signifique que a velha esquerda não seja mais esquerda. Não mais. Talvez signifique, aliás, que seja a hora de a velha esquerda reaprender a ser esquerda. E antes o levante qualificar a esquerda, do que esta a qualificá-lo.” Bruno Cava, Kairós Junino.

Apresento algumas anotações sobre a manifestação do dia 26.06.2013, a caminhada da qual participei até as proximidades do estádio Mineirão, quando Brasil e Uruguai jogaram pela Copa das Federações. Mais uma vez, o Estado e seu braço armado não permitem que os manifestantes adentrem no território da FIFA, impedindo a expressão dos descontentamentos e tudo vira uma zona de guerra.

O momento que vivemos é único, é novo e deflagra outros processos de subjetivação política, que até então não estavam presentes, pelo menos de modo tão contundente e amplo, no cenário político brasileiro. E talvez por isso mesmo cause tanta perplexidade. Movimento apartidário, sem mobilização não hierárquica e orientação unificante, envolvendo novos atores, como os jovens das periferias, muitos deles presentes nos combates mais duros. Pelo país inteiro enfrentam bombas de lacrimogêneo e de efeito moral, além das balas de borracha. A mídia, por sua vez, assim como os governantes, insiste em tomá-los como criminosos, separando-os das “pessoas de bem”. E há quem acredita nisso.

A cada novo protesto, um novo conflito, com feridos e prisões. E a pergunta que sempre surge: qual o próximo passo desses movimentos que tomaram as ruas das nossas cidades? Qual deve ser o foco? Como avançar? Frente ao clima de violência, às investidas da imprensa e do governo para criminalizar os jovens, sem falar nas infiltrações não controladas e imprevisíveis, não seria hora de repensar as táticas e os rumos do movimento? 

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Comando da Polícia Militar não fala a verdade

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A imagem da jovem agredida na manifestação do dia 17.06.2013 em Belo Horizonte é emblemática da violência e descontrole da Polícia Militar. A marcha era pacífica e caminhava, com acompanhamento dos policiais militares, para o Estádio Magalhães Pinto (Mineirão). O acerto era de que poderiam ir até lá, mas que não deveriam ultrapassar a área de segurança. Ocorre que no meio do caminho, perto da UFMG, a polícia monta uma barreira e impede que os manifestantes prossigam. E começam a lançar bombas e a atacar com balas de borracha, já que os jovens queriam continuar.

O Comando do Polícia Militar disse que a corporação apenas reagiu aos f atos de vandalismo. Muitos jornalistas e manifestantes afirmam que isso não ocorreu. A comandante da tropa estava no meios da multidão quando ocorreu o lançamento das bombas. Segundo os jornais, ela mesma não soube explicar o motivo.

Qual a verdade? Simples assim: houve uma mudança de planos e de orientação por parte do governo e da Polícia Militar. Depois, o governador Anastasia posa de apoiador e diz que é preciso ouvir as vozes das ruas – como se isso não tivesse nada com ele.

A verdade se desenha diante de nós: pode andar pelas ruas, mas não pode se aproximar do Estádio nos jogos da Copa. Um manifestante afirmou que policiais militares diziam, em meio ao combate, que eles não podiam entrar no “território da Fifa”. No meio do caminho, alguém deu a ordem para não deixar a turma seguir. E como eles insistiram, veio o comando para usar a força. Além disso, mesmo se revidasse a ação de alguns “vândalos”, as imagens e os testemunhos são muito claros: a Polícia Militar de Minas Gerais agiu com extrema e descontrolada violência. O que somente comprova o despreparo para esse tipo de conflito.

Estamos sob um Estado de Sítio não declarado e o Governo Federal ainda envia tropas para ajudar o governador Anastasia a manter os acordos com a Fifa.

A Polícia mentiu, o governo Anastasia mentiu e parte da mídia não só aceita a justificativa como a endossa, chamando sempre a atenção para os atos de vandalismo. Cabe dizer que o único jornal que mostra os dois lados é o Jornal Hoje em Dia, de onde as imagens e o vídeo foram tirados. Entretanto, o título da matéria é péssimo: “Universitária que apanhou da polícia…” Ora, o verbo “apanhar”  carrega outras conotações. Ela foi agredida. E segundo alguns manifestantes, porque se aproximou tentando ajudar uma pessoa que havia caído.

Alguém acredita que haverá investigação séria por parte da PM, a respeito da jovem agredida e de outros atos descabidos, como disse o Comando da PM?

Veja o vídeo da agressão sofrida pela jovem:

Referências –

Universitária que apanhou da PM diz que não tem raiva da polícia mas do seu despreparo – Jornal Hoje em Dia.