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Um ativismo performático e teorético

Teoria é teoria e prática é prática. Correto? Nada disso, estas duas categorias já não se distinguem mais assim. No projeto Les Laboratoires D’Aubervilliers (França) pelo menos, esses dois planos se atravessam.  Les Laboratoires é uma residência artística voltada para a pesquisa e a experimentação, numa perspectiva que conecta corporalidade, cena contemporânea, pensamento crítico e criativo,  performance e dança.

Les Laboratoires desenvolvem projetos de pesquisa em residência, na França, nos arredores de Paris, numa localidade intitulada D’Aubervilliers. Um dos projetos acolhidos pelos Laboratoires é de um grupo de pesquisa teórica e artística, de Belgrado, que  realiza ações no campo da ” performance contemporãnea, através da produção de textos, autogestão, educação crítica e engajamento através da prática cultural” . O grupo intitula-se (na vesão em inglês): Walking Theory. E o projeto desenvolvido tem por nome How to do things by theory – a platform for performing theoretical activism – 2010/2012. Há uma clara alusão à obra do filósofo analítico Austim, How to do things with words, um dos textos fundamentais sobre a questão das relações entre linguagem e performatividade.

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Filosofia e arte: Interseções

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O Programa de Educação Tutorial da Filosofia – UFMG está lançando seu novo Projeto e Calendário: Interseções – Filosofia e Arte. Este Olho-de-Corvo estará lá, participando desse encontro, na abertura, juntamente com o Prof. Dr. Gilson Motta (UFOP), com o tema Filosofia e Teatro.

Segundo o texto de apresentação do Programa, “O PET é desenvolvido por grupos de estudantes, com tutoria de um docente, organizados a partir de cursos de graduação das Instituições de Ensino Superior do país, sendo um grupo por curso, orientados pelo princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e educação tutorial.”

As Interseções ocorrem no auditório da Fafich, no Campos da UFMG em Belo Horizonte e as entradas são francas.

Duração & Diferença: novo blog sobre artes cênicas e filosofia

Tadeusz Kantor e A Classe morta

Duração & Diferença: criação cênico-corporal e filosofia é o novo blog que estou lançando. Nasce com um post-homenagem ao encenador Tadeusz Kantor.

Resolvi criar esse blog porque a parte de artes cênicas estava se diluindo um pouco nesse espaço. Considerei, então, que seria melhor um blog dedicado exclusivamente à criação cênico-corporal, incluindo as conexões com a filosofia.
O novo blog faz parte da Comunidade Rede Zero, que tem Marcelo Terça-Nada à frente.

Esta publicação em tela continuará dedicando-se às militâncias em arte e cultura, aos nomadismos, às zonas de experimentação e à micropolítica. Na cesta, tem ainda a publicação Cultura do Brincar, cujo tema está indicado no título, mas que inclui assuntos correlatos, como o teatro e a educação.

Aguardo suas visitas, sugestões, críticas e comentários.

Corpo sem Órgãos (1): um texto de Esther Díaz

“El deseo es entonces una producción social. La producción deseante se organiza mediante un juego de represiones y permisiones. Tal juego carga energía libidinal en la sociedad. La carga de deseo es “molar” en las grandes formaciones sociales y “molecular” en lo microfísico inconsciente. Lo molar es deseo consciente, representación de objetos de deseo, y se origina a partir de los flujos inconscientes del deseo o cuerpo sin órganos.

El cuerpo sin órganos es el inconsciente en su plenitud, esto es, el inconsciente de los individuos, de las sociedades y de la historia. Se trata del deseo en estado puro, que aún no ha sido codificado, que carece de representación o de “objeto de deseo”. Es el límite de todo organismo; porque cuando ya se es organismo, la pulsión inconsciente está codificada, aunque el cuerpo sin órganos siga delimitando el plano de organización de los individuos. El cuerpo sin órganos no es erógeno, porque “erógeno” o “sexual” ya son codificaciones. Como antecedente conceptual el cuerpo sin órganos de Deleuze y Guattari tiene como antecedente histórico la voluntad de poder nietzscheana y –cambiando lo que hay que cambiar- la sustancia de Spinoza. El cuerpo sin órganos es un inconsciente no personalizado que palpita en cualquier forma viva.

La matriz de toda carga de energía libidinal social es el delirio. Delirio, aquí, no se entiende como categoría psicológica individual, sino como categoría histórico social. El delirio se desplaza entre dos polos, uno tiende a homogeneizar el deseo de las grandes poblaciones desde los centros de poder y el otro trata de huir de esa masificación deseante codificada, siguiendo alguna posible línea de fuga del deseo (molecular). El delirio es el movimiento de los flujos del deseo. Puede ser paranoico, esquizofrénico o perverso. Pero tampoco estas categorías refieren a entidades psicológicas individuales, ni tienen connotación de “enfermedad” (por lo menos, no de enfermedad subjetiva), se trata de distintas modalidades del deseo que se manifiestan en lo social.”

Esther Díaz – Gilles Deleuse: Pós-capitalismo y deseo –

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Filosofia

Deleuze: linguagem como desequilíbrio

“Em filosofia é como um romance: deve-se perguntar ‘o que vai acontecer’, ‘o que é que se passou?’, somente os personagens são conceitos, e os meios, as paisagens, são espaços-tempos. Escreve-se para dar a vida, para libertar a vida lá onde está apriosionada, para traçar linhas de fuga. Pra isto é preciso que a linguagem não seja um sistema homogêneo, mas um desequilíbrio, sempre heterogêneo: o estilo aqui rompido das diferenças de potenciais entre as quais qualquer coisa pode passar, se passar, surgir um clarão que saia da própria linguagem, e que nos faça ver e pensar o que permaceria nas sombras…”

Entrevista a Raymund Bellour e François Ewald –
Publicado na Revista Magazine Littéraire – n. 257. set. 1988. Traduzido do francês por Ana Sacchetti. Extraído de ESCOBAR, Carlos Henrique (organizador), Dossiê Deleuze, Rio de Janeiro: Hólon Editorial, 1991.