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Entre estética e política: O Conjunto Vazio

Ativismo, ironia e pensamento

Eles atuam com intervenções urbanas, performances e produção teórica. Estão sempre no limite entre o risco real (incluindo o de ser preso) e a poética. As ações situam-se numa zona indiscernível entre política e estética. Estou falando de um coletivo de artistas/ativistas de Belo Horizonte e do weblog por eles criado, que leva o mesmo nome do grupo: Conjunto Vazio.

O blog tem uma apresentação gráfica interessante e limpa, com páginas de boa definição e conteúdos bem trabalhados. E coerentemente com sua proposta, o coletivo não traz os nomes das autorias dos textos e dos artistas que atuam nas performances. Há um tom de auto-ironia na apresentação –  estratégia, de fato, que é uma literalidade. Malícia bem articulada, pois evita a recaída em alguma coisa muito séria. Por exemplo: tratar o tema ou assunto de suas investidas como algo “superior” e, na rede de significações, como uma completude.  Essa estratégia aparece também nos textos sobre as performances: eles estão sempre se desconstruindo quanto aos atributos que podemos lhes agregar. Não pense que eles se cobrem de negatividade, pelo contrário, trata-se de um exercício lúdico e bem humorado.