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Augusto de Campos e Noigandres – vídeo de Cristina Fonseca


Referências:

Do Youtube:
No trecho de um vídeo de Cristina Fonseca (Poetas de Campos e Espaços,
1992), Augusto de Campos faz a leitura, em provençal e português, de
uma estrofe da Canção XIII do trovador Arnaut Daniel e trecho do
Canto XX de Ezra Pound.

Cibernética by Timothy Leary by Augusto de Campos

Do catálogo POIESIS. ENTRE_PIXEL_E_PORGRAMA (sugestão de Ricardo Aleixo, que participa do evento a Oi Futuro), uma definição de cibernética por Timothy Leary – visionário que trocou o LSD pelo PC -, num trecho do texto de Augusto de Campos intitulado “Do caos ao espaço ciberal”, no qual o poeta-ensaísta-tradutor resume algumas “provocações de Leary, colecionadas e colacionadas das suas principais
idéias, que poderiam compor uma espécie de manifesto ciberal
“:

“Cibernética” vem do grego, kubernetes, piloto. A origem helênica dessa palavra é importante enquanto reflete as tradições socrático-platônicas de independência e autoconfiança individual. Quando traduzida para o latim, porém, a palavra grega surge como “gubernaetes”. O verbo básico “gubernare” significa controlar as ações ou condutas, dirigir, excercitar a autoridade, submeter, comandar. Esse conceito romano é obviamente muito diferente da noção helênica do “piloto”. A palavra “cibernética” foi cunhada em 1948 por Norbert Wiener, que escreveu: “decidimos chamar todo o campo da teoria do controle e da comunicação, quer se trate de máquina ou animal, pelo nome de Cibernética, que formamos a partir da palavra grega para timoneiro”. Wiener e os engenheiros romanos corromperam o significado da palavra “cyber”. A palavra grega “piloto” transforma-se em “governador’ ou “diretor”, o termo “guiar” torna-se “controlar”. Cumpre libertar o termo, reetimologizá-lo, redirigi-lo a um conceito autopoético. A palavra “governértica” se refere a uma atitude de controleobediência em relação a si próprio e aos outros. Os termos “pessoa cibernética” ou “cibernauta” nos fazem retornar ao signficado original do “piloto”. Essas palavras (e mais o termo pop “cyberpunk”) se referem à personalização da tecnologia de informaçãoconhecimento, ao pensamento inovativo da parte do indivíduo. Tais expressões podem descrever um novo tipo de modelo de ser humano e uma nova ordem social. “Cyberpunk” é uma terminologia popular, que pode ser aceita num sentido tolerante de humor “high tech”, uma granada-significado atirada contra as barricadas conservadoras da lingugaem. O cibernauta ou “cyberpunk” é o piloto que pensa clara e criativamente, usando aplicações quântico-eletrônicas e “know how“ cerebral, o novo, atualizado modelo de ponta do sec. 21. Homo sapiens sapiens cyberneticus. O modelo clássico do Velho Mundo Ocidental para o“cyberpunk” é Prometeu, um gênio tecnológico que “roubou” o fogo dos Deuses e deu-o à humanidade.

Mais referências:
Site da Oi Futuro
Dowload do Catálogo
Site de Timothy Leary

Este meu corpo

“Este meu corpo, que alguém me deu,
Que fazer dele, tão um, tão meu?

Respirar, este quieto prazer
-Digam-me – a quem devo agradecer?”


Osip Mandelstam – trecho do poema Este meu corpo.
Campos, Augusto de. Poesia da recusa/ Augusto de Campos. São Paulo: Perspectiva, 2006.