Categorias
Ativismo e Análise Política Geral Micropolítica Sobrevivência: estratégias

Como ficam as micropolíticas: resistir é capitular?

Slavoj Zizek diz que sim. Num artigo da revista impressa Piauí, número 16, Zizek discute a questão: “o capitalismo deve ser combatido por meio de reivindicações impossíveis ou se deve almejar a conquista do poder do Estado?” O título já contém a resposta: Resistir é capitular.

Zizek, depois de considerar que o capitalismo triunfa no planeta e conquista mentes e corações, alinha as alternativas de esquerda:

Verão Arte Contemporânea, leituras e férias

Saio de férias. Volto dia 02 de fevereio. No meio do carnaval. Perco a programação cultural da cidade que traz muita coisa interessante no período.

Levo algumas leituras. Primeiramente, termino Lógica da Sensação, de Deleuze. Depois, inicio dois outros livros: Trabalho Imaterial, de Antônio Negri e Maurizio Lazzarato e Vida Capital, de Peter Pal Pelbart. O primeiro versa sobre os novos tempos do capitalismo e as formas de subjetividade que nele se engendram. O segundo, que não está muito distante do foco do primeiro, aborda a biopolítica e as frestas, brechas e formas de resistência, num conjunto de diversos ensaios.

E para contrabalançar tanto trabalho imaterial, Poesia da Recusa, de Augusto de Campos, por indicação de Ricardo Aleixo.

No blog Cultura do brincar e suas linhas de errância, falo das outras leituras.

Nos entre-tempos, faço rascunhos do roteiro para vídeo que farei com Alex, Paulo Henrique, Naiara Jardim, Jéssica Azevedo, Davi Pantuzza e Sara Vaz. A fotografia ficará a cargo de Byron O’Nell. E será montado por Ricardo Júnior (Material Bruto e Convite para Jantar com o Camarada Stálin).

Enquanto isso, Belo Horizonte fervilha com o II Verão Arte Contemporânea. O evento, inaugurado no verão de 2007, é um festival de arte instigante, acontecendo em diversos espaços da cidade, nos meses de janeiro e fevereiro. Veja a Programação Completa.

Boas curtições para todos.

Teatro Pós-dramático: saiu a tradução brasileira do livro de Lehmann

A Cosac & Naif acaba de publicar a tradução brasileira do livro de Hans-Thies Lehmann (feita por Pedro Süssekind), originalmente publicado na Alemanha em 1999 (Postdramatisches Theater. Frankfurt: Verlag der Autoren, 1999).

Segundo o diretor, crítico e dramaturgo, Luis Arthur Nunes, numa resenha do site da Editora, a obra “vem preencher uma grande lacuna, na medida em que se propõe a descrever e pensar teoricamente as práticas radicais da encenação teatral das últimas décadas – de 1970 em diante. Até então, alguma coisa tinha-se escrito sobre a dramaturgia experimental contemporânea, mas pouquíssimo sobre as questões referentes à cena, suas condições de produção e formalização, bem como as implicações estéticas, políticas e filosóficas.”

Criadores, performers, pesquisadores e estudiosos que buscam informações sobre o teatro pós-dramático têm em mãos, portanto, a oportunidade de acesso direto às análises de Lehmann.

O teatro pós-dramático não deveria ser entendido, justamente, como análise de um fenômeno plural, múltiplo, heterogêneo e não como uma palavra de ordem ou mera categorização. Além disso, não quer dizer que seja uma modalidade de criação artística melhor que as outras ou que a superam.

O que o teatro pós-dramático opera, em primeira mão, é a quebra do vínculo interno entre teatro e drama. Vínculo este que foi tomado como sendo de natureza indissolúvel: como conceber um teatro sem drama?

Convido, então, à leitura da obra.

Referências:
LEHMANN, Hans-Thies. Teatro ós-dramático.Tradução: Pedro Süssekind. Apresentação: Sérgio de Carvalho. São Paulo: Editora Cosac & Naif, 2007.
Outras postagens relacionadas ao assunto:
De artistas cortesãos e artistas supliciados
Medeiazonamorta
Em busca do corpo anômalo
Renato Cohen e a criação cênica em processo
Seminário do Projeto Laboratório: Textualidades Cênicas Contemporâneas
Do teatro pós-dramático e das dramaturgias híbridas
Zikzira Teatro Físico: Eu vos liberto

Do blog Cultura do Brincar e suas linhas de errância:
Teatro pós-dramático e educação
Teatro pós-dramático e educação II

Fábrica de sentidos: blog de Fabrícia Martins

Do blog de Fabrícia Martins, um texto sobre um Festival de Artes de Paris, ocorrido em Novembro de 2007, em que ela relata três peças muito interessantes:

“Greve no sistema de transporte público, movimentos sociais, manifestações nas ruas e nas universidades. A temperatura pode chegar a –1°c. Em meio a tudo isso, vários dispositivos cênicos vêm se juntar às reflexões sobre modos de ver e de fazer «Arte» – em pauta por aqui nesse momento. Estamos falando do Festival «Les Inaccoutumés – Objet Chorégraphique Contemporain» na Ménagerie de Verre (www.menagerie-de-verre.org), que conta com 12 espetáculos e 25 noites dedicadas à dança e ao «Festival d’Automne» (www.festival-automne.com) que se espalha por teatros, salas de concerto, bares e cinemas. Esse último, na sua 36° edição, teve seu início no dia 13 de setembro e se estende até ao dia 22 de dezembro abrangendo artes visuais, música, teatro, dança, performances, poesia e cinema.”

Leia o texto completo

Conheci Fabrícia em Belo Horizonte, quando partilhamos momentos no Curso de Artes Cênicas da Escola de Belas Artes/UFMG. Eu, um cara que buscava outra coisa que não mais o teatro dramático, ela uma bailarina com uma trajetória de dedicações, sutilezas e texturas, também em busca de outra dança.

Fabrícia está na França dedicando-se à dança experimental. O seu blog, sobre o qual ela mesma me disse, é tanto um meio de expor e pensar pesquisas em dança quanto um modo de aproximar-se das pessoas. Afinal, de arte e de bons encontros – é disso que necessitamos para atravessar um tempo deste maravilhoso planeta.

Teatro e intermídia – Revista Polêmica Imagem

Do Caderno Cultural da Revista Eletrônica Polêmica Imagem/n. 22, um texto que escrevi sobre Teatro e intermídia:

“O que perpassa tais experimentos e criações é o fato de as novas tecnologias potencializarem transformações no modo como percebemos o mundo. A percepção, submetida ao plano técnico que a sociabilidade domesticou, libera-se e abre paisagens novas e surpreendentes. Como exemplo, cito o videomaker e pensador visual e sonoro, Bill Viola (2003), que fala da possibilidade da ‘transposição da barreira suprema que separa o território do corpo físico do território da mente luminosa’.”

O Caderno Cultural tem editoria da artista plástica Kenny Neoob e tem apresentado, a cada número, uma série de artigos que abordam as estéticas híbrida e o estado da arte em estudos sobre imagem, performance e arte contemporânea. Nesse número dedicado ao tema Multimídia, Polêmica Imagem traz os seguintes artigos:

Balanço da Rede
Texto de GABRIELA GUSMÃO

Intersensorialidade e exercícios atencionais
Texto de BRENO CARNEIRO DE MENEZES

Teatro & intermídia: anotações sobre conceitos, forças e potências
Texto de LUIZ CARLOS GARROCHO


Corpo – Mídia
Texto de DENISE ZENICOLA

Parafernálias: composição urbana e ueb arte iterativa
Texto de FERNANDO AQUINO e MARIA BEATRIZ DE MEDEIROS

Você é fluxus?
Texto de REGINA MELLO