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Jorge Mautner: poética e política do ser

“…Mas a noite é escura/e o caminho é tão longe/que me leva à loucura/andando e dançando/no fio da navalha/eu sou um faquir/um palhaço/e um grande canalha/teu olhar pontiagudo/me crava como punhal/quero saber de tudo, tudo tudo tudo /antes do carnaval…”

Outro dia deparei-me no Youtube com Estrela da Noite, de Jorge Mautner. Uma das mais belas criações desse compositor, cantor, poeta, filósofo  e, como ele mesmo diz, “profeta do Kaos”. Mautner já trabalhava, aqui, a canção longa, quase uma narrativa, que era praticada também por Jorge Ben, Caetano e Gil. Uma ruptura com a música ligeira, introduzindo a duração e, ao mesmo tempo, um caráter mais nômade, abrindo uma série de paisagens.

Caetano Veloso lembra que Maunter foi um precursor do Tropicalismo. O que não deve ser entendido em termos de uma identidade,  de uma semelhança, ou ainda de uma causalidade. Mautner foi precursor do movimento pela singularidade, diferença e intensidade de sua própria trajetória.