Já se disse que as palavras não são as coisas. Pergunto-me, então, como as palavras deixam de ser meras referências às coisas e estas possam se esquivar do destino usual que é o de não falar.
Palavras e coisas não tem donos. Assim como os percorrentes sentidos que as unem e as separam. De modo que os encontros não estão determinados e nem as correspondências fixadas.
Entretanto, sempre surgem os que se autoproclamam genuínos representantes das palavras, das coisas e das conexões entre elas, exibindo os títulos de propriedade, ou subitamente desembarcando armados e vestidos em praias nuas, para logo celebrar vaticínios e submeter esplendores selvagens.