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Experimentação artística em pauta: do contemporâneo ao intempestivo

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Das Zonas de Experimentação (ZnEx)

A experimentação artística está em pauta. Posso assim resumir a noite do dia 30.07.08, na ocasião de reabertura do Teatro Klaus Vianna, em Belo Horizonte, que faz parte do projeto Oi Futuro, incluindo o lançamento da Semana Internacional de Artes Digitais e Alternativas (SIANA-BH). Esta última, uma iniciativa da Cia Luna Lunera de teatro. Estamos definitivamente entrando em outra realidade de produção em arte e cultura. Não em termos de novo paradigma, uma superação do passado ou de outras formas de expressão, ou coisas assim. Em vez de uma  ultrapassagem, o que temos é a estranha co-habitação de criações artísticas e atitudes existenciais completamente heterogêneas entre si.

Converse: Arte Expandida

Saiu o blog Converse: Arte Expandida, espaço de pensamento dos curadores, consultores, colaboradores, participantes e público da linha de experimentação dos Teatros da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte.

Os editores são Daniel Toledo (ator, publicitário e mestrando em sociologia da arte) e Mariana Lage (jornalista e mestre em filosofia e pesquisadora em arte contemporânea).

Um espaço de manifestação e expressão para o pensamento criativo e crítico, focando os projetos Improvisões, Momentum e Laboratório.


Participe. Converse.

Verão Arte Contemporânea, leituras e férias

Saio de férias. Volto dia 02 de fevereio. No meio do carnaval. Perco a programação cultural da cidade que traz muita coisa interessante no período.

Levo algumas leituras. Primeiramente, termino Lógica da Sensação, de Deleuze. Depois, inicio dois outros livros: Trabalho Imaterial, de Antônio Negri e Maurizio Lazzarato e Vida Capital, de Peter Pal Pelbart. O primeiro versa sobre os novos tempos do capitalismo e as formas de subjetividade que nele se engendram. O segundo, que não está muito distante do foco do primeiro, aborda a biopolítica e as frestas, brechas e formas de resistência, num conjunto de diversos ensaios.

E para contrabalançar tanto trabalho imaterial, Poesia da Recusa, de Augusto de Campos, por indicação de Ricardo Aleixo.

No blog Cultura do brincar e suas linhas de errância, falo das outras leituras.

Nos entre-tempos, faço rascunhos do roteiro para vídeo que farei com Alex, Paulo Henrique, Naiara Jardim, Jéssica Azevedo, Davi Pantuzza e Sara Vaz. A fotografia ficará a cargo de Byron O’Nell. E será montado por Ricardo Júnior (Material Bruto e Convite para Jantar com o Camarada Stálin).

Enquanto isso, Belo Horizonte fervilha com o II Verão Arte Contemporânea. O evento, inaugurado no verão de 2007, é um festival de arte instigante, acontecendo em diversos espaços da cidade, nos meses de janeiro e fevereiro. Veja a Programação Completa.

Boas curtições para todos.

Fábrica de sentidos: blog de Fabrícia Martins

Do blog de Fabrícia Martins, um texto sobre um Festival de Artes de Paris, ocorrido em Novembro de 2007, em que ela relata três peças muito interessantes:

“Greve no sistema de transporte público, movimentos sociais, manifestações nas ruas e nas universidades. A temperatura pode chegar a –1°c. Em meio a tudo isso, vários dispositivos cênicos vêm se juntar às reflexões sobre modos de ver e de fazer «Arte» – em pauta por aqui nesse momento. Estamos falando do Festival «Les Inaccoutumés – Objet Chorégraphique Contemporain» na Ménagerie de Verre (www.menagerie-de-verre.org), que conta com 12 espetáculos e 25 noites dedicadas à dança e ao «Festival d’Automne» (www.festival-automne.com) que se espalha por teatros, salas de concerto, bares e cinemas. Esse último, na sua 36° edição, teve seu início no dia 13 de setembro e se estende até ao dia 22 de dezembro abrangendo artes visuais, música, teatro, dança, performances, poesia e cinema.”

Leia o texto completo

Conheci Fabrícia em Belo Horizonte, quando partilhamos momentos no Curso de Artes Cênicas da Escola de Belas Artes/UFMG. Eu, um cara que buscava outra coisa que não mais o teatro dramático, ela uma bailarina com uma trajetória de dedicações, sutilezas e texturas, também em busca de outra dança.

Fabrícia está na França dedicando-se à dança experimental. O seu blog, sobre o qual ela mesma me disse, é tanto um meio de expor e pensar pesquisas em dança quanto um modo de aproximar-se das pessoas. Afinal, de arte e de bons encontros – é disso que necessitamos para atravessar um tempo deste maravilhoso planeta.

Arte Contemporânea em Debate – uma análise de Daniela Labra

“É admirável como as discussões públicas sobre o tema Arte Contemporânea se tornam verdadeiros Fla x Flus muito facilmente. De um lado, críticos e artistas inconformados com a história do século XX que transformou a arte numa espécie de engodo para satisfazer um mercado consumista, fabricante de estrelas fugazes das artes plásticas, muitas vezes sem preparo técnico adequado.

Do outro lado da discussão, outros artistas, críticos, curadores e todos os que se interessam positivamente pelo tema, não o compreendendo como uma aberração histórica, mas como um caminho estranho e instigante que a arte tomou ao se desligar de sua premissa número um que era representar mimeticamente a natureza.

Em comum, ambos os lados parecem querer defender seus pontos de vista como se fosse uma verdade. O curioso é perceber como se dão tais críticas e suas réplicas, sempre muito reativas e pouco cordiais, principalmente daqueles que são ‘contra’ a arte contemporânea.”


Daniela Labra, curadora independente e crítica de arte, com um foco especial na performance,faz uma análise do debate que as grandes mídias impressas abriram sobre o sentido da Arte Contemporânea, com um texto esclarecedor, intitulado Arte e Fla x Flus, publicado na íntegra no Canal Contemporâneo.

Vale a pena ler o texto de Daniela. Há, também, links para os artigos publicados nos jornais.

Como coloca Daniela, virou uma disputa tipo Fla X Flu – uma paixão de ataques e revides.

Toda essa peleja de ataques contra a Arte Contemporânea é uma modalidade de conquistar territórios, de não deixar que eles sejam tomados… Algo está saindo do controle… E isso parece assustar alguns cujas paixões tristes se comprazem em cercar territórios. O jogo começa a funcionar quando conseguem produzir um debate: as pessoas se organizam, então, para responderem nos termos dados de antemão.

Vamos lá, artista-pensador-fruidor desse admirável mundo novo: não deixe que as lamúrias pautem sua ação, comece logo a criar e a habitar as suas próprias paisagens, pois tudo é porvir…