Refugiado no instante
dou de cara com um antigo sonho rasurado,
colado no ponto de ônibus.
Inventaram meus olhos,
(mais uma vez)
a palavra
Saudade.
Esquecida de si,
que alguém achou de encontrar
mas não conseguiu ler.
Pois de um papel gasto e um pouco rasgado,
sobrevive enquanto se apaga seu testemunho inacabado.
Com o desenho dos percursos
a perguntarem por qual modo de descaminho
a poesia escreve e canta um destino,
quando o vento nas calçadas
já não varre mais
(como no cinema)
folhas
soltas
de um jornal.
Uma resposta em “A última vez”
Belo, como sempre é o pensamento em poesia.