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Do CrazyHorse 18 ao exercício micropolítico

Imagem vista do CrazyHorse 18, antes de executar jornalistas da Reuters

Um helicóptero Apache dos EUA, intitulado CrazyHorse 18 (Cavalo Doido 18) ataca um comboio de insurgentes no Iraque. Dois homens conseguem sobreviver, correm e se rendem, largando as armas. O helicóptero mantém os homens sob mira, e os tripulantes ligam para a base e pedem orientações. O rádio dá o retorno: “Nosso advogado diz que eles não podem se render para uma aeronave. Ainda são alvos válidos’’. Então, os tripulantes disparam aquela metralhadora que perfura até blindados.

Esta notícia, retirada do FolhaPress (23.10.2010), é parte de um dos inúmeros relatos dos documentos da Guerra do Iraque, revelados pelo site Wikiliaks.org. A denúncia é importante e está colocando o Império em cheque: uma guerra estúpida, levada a cabo pelo presidente Bush e seu comparsa Tony Blair. Porém, quero chamar a atenção para outro aspecto: a forma-função do Estado e sua lógica totalizante e implacável. CrazyHorse18 esteve, antes, envolvido na morte de dois jornalistas nessa guerra, entre outros ataques fatais a civis (veja o link para o vídeo, mostrando o helicóptero abrindo fogo sobre os civis, em Mais Referências).

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O graforisco: pixo, poesia do acaso e política pública

” (…) na transversal da cidade PALAVRAS-OBJETOS-COISAS que são também as EMOÇÕES OBJETOS/ABJETAS estampadas nos muros, casas, muretas. para quem quiser e/ou mesmo não quiser ver. (…) sair na calada da noite – PIXAR-PIXANDO – como se a rebelião estivesse no fato de buscarmos um outro sentido das palavras.” Cristina Fonseca, in A Poesia do Acaso – na transversal da cidade.

A escritora, poeta e videoartista, Cristina Fonseca, publicou A Poesia do Acaso em 1981. De lá para cá, o livro conserva o momento e o contexto de sua criação e, ao mesmo tempo, permanece atual, principalmente nessa discussão sobre o estatuto do pixo nas grandes cidades.

Uma discussão urgente, tendo em vista que, em Belo Horizonte, as autoridades municipais decidiram que os jovens pixadores devem ser enquadrados não mais na lei de “crime ambiental”, mais branda, mas como “formação de quadrilha”. Como denunciamos num artigo anterior (Pixo: criminalização ou política pública?), os jovens aguardam julgamento por tempo indeterminado, misturados com criminosos de toda espécie.  

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Política e estética do dissenso: o caso da pichação na Bienal de São Paulo

A Bienal de São Paulo/2010 incluirá a ação de pichadores na mostra. O convite foi feito ao mesmo grupo que, ao invadir a Bienal de 2010, foi preso, sendo que uma das integrantes ficou trancafiada por quase dois meses. Na época (Bienal de 2008), os curadores reagiram violenta e ruidosamente ante o atentado à arte e ao patrimônio público, deixando na mão das instituições judiciárias kafkanianas a sorte da jovem que havia pichado a Bienal. A nova curadoria, sob a coordenação de Moacir dos Anjos, opera uma reviravolta conceitual e política: o que foi condenado brutalmente sob as luzes do consenso estético-político (defendido a unhas e dentes pela curadoria anterior), volta para se manifestar,  agora sob a ótica do dissenso.

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Um ativismo performático e teorético

Teoria é teoria e prática é prática. Correto? Nada disso, estas duas categorias já não se distinguem mais assim. No projeto Les Laboratoires D’Aubervilliers (França) pelo menos, esses dois planos se atravessam.  Les Laboratoires é uma residência artística voltada para a pesquisa e a experimentação, numa perspectiva que conecta corporalidade, cena contemporânea, pensamento crítico e criativo,  performance e dança.

Les Laboratoires desenvolvem projetos de pesquisa em residência, na França, nos arredores de Paris, numa localidade intitulada D’Aubervilliers. Um dos projetos acolhidos pelos Laboratoires é de um grupo de pesquisa teórica e artística, de Belgrado, que  realiza ações no campo da ” performance contemporãnea, através da produção de textos, autogestão, educação crítica e engajamento através da prática cultural” . O grupo intitula-se (na vesão em inglês): Walking Theory. E o projeto desenvolvido tem por nome How to do things by theory – a platform for performing theoretical activism – 2010/2012. Há uma clara alusão à obra do filósofo analítico Austim, How to do things with words, um dos textos fundamentais sobre a questão das relações entre linguagem e performatividade.

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Filosofia Geral Micropolítica

O Abecedário de Gilles Deleuze: R de resistir

http://www.youtube.com/watch?v=Ed-bVLIBDwY

Leia o texto completo do Abecedário de Gilles Deleuze em O Estrangeiro.