“… eu lhe chamaria mais uma vez para darmos um passeio até o fim da avenida, a ver se acabam nossas luzes.” Maurício Vasconcelos
Madrugada. Continuávamos a andar, à esmo, pelas ruas do centro da cidade. Nem sabíamos que era uma arte da deriva. Naquela época nós apenas seguíamos sem rumo, deixando-nos levar. Você podia circular a pé, durante a noite em Belo Horizonte, nos anos 70 do século passado. Éramos os dois muito jovens: Mauricio Vasconcelos, um poeta apaixonado por Rimbaud, Artaud e pelos beatniks, e eu.
Esse era um meio de conhecer a própria alma: investigando o corpo da cidade.