Improvisação Teatral: Fimpro

Está começando o Festival Internacional de Improvisação Teatral. O evento é uma realização da Liga de Improvisação Teatral de Belo Horizonte, grupo dirigido por Mariana Muniz.

Não por acaso, Belo Horizonte está sendo tomada pela performance improvisacional – desde os projetos experimentais Momentum e Improvisões (veja mais no Blog Converse: Arte Expandida), passando pelo Encontro de Improvisadores da Cia Quik, da presença de Dudude Herrmann, do último espetáculo e Adriana Banana, Kronos Material que abriga indeterminação, à Cia Acômica com sua Arena de Tolos.

O Fimpro traz espetáculos, oficinas, debates e conferências sobre a improvisação teatral. Uma oportunidade ímpar!

Improvisões – edição 2008


Improvisões edição 2008 está começando. E neste ano abre com o Fórum Improvisões, trazendo conferências e debates sobre o tema das improvisações intermídias, da cena em processo, dos hibridismos e narrativas contemporâneas. Nos dias seguintes, ocorrem as apresentações improvisacionais: artistas de imagem, corpo e som dialogando ao vivo, diante do público e sem hierarquias. A consultoria artística do projeto é de Marcelo Kraiser.

Programação:
30/08 (sábado): Fórum Improvisões
10 h: Conferência de Carlos Mendonça, doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, intitulada “Corpo e Mídia: entre a aproximação e o limite”.
14h: Ricardo Aleixo (poeta e performer) apresenta a conferência-performance “Desvios para a dispersão: Orfeu, John Cage, Exu”.
15:30: Ivana Bentes, diretora da Escola de Comunicação da UFRJ e pesquisadora em arte contemporânea, faz a conferência “Arte e Dispositivos”.

Apresentações:
Dia 1/09 -Peter Lavratti e Claudia Lobo (corpo)Nara Vargas, Marina Utsch e Débora Pessali (imagem)Wesley Cristiano, Gilmar Gonçalves e Leandro Oliveira (som)
Dia 3/09 – Paulo Rocha e Diogo Ribeiro (corpo)Tatu Guerra (imagem)Philippe Lobo (som)
Dia 5/09 – Livia Rangel (corpo)Elias Mol (imagem)Thiago Correa (som)
Dia 7/09 – Christina Fornaciari (corpo)Alexandre Milagres (imagem)Babilak Bah (som).

Local: Teatro Marília – Av. Alfredo Balena, 586. BH. Entrada franca.
Mais informações: 3277-4697
Categorias
Arte e Cultura Artes Cênicas Zonas Experimentais [ZnEx]

Paola Rettore: dança/performance/vídeo


Imagem: Marcelo Kraiser

O site de Paola Rettore traz imagens e textos de suas performances, incluindo material de outros artistas e teóricos. 

De minha parte, fascinante é o vídeo da criação cênico-corpórea intitulada Desconsiderare II, realizada no Equador: um grupo de mulheres num banheiro masculino, com Paola dançando num plano mais elevado. A performance produz uma atmosfera estranha, sensual e despudorada. Aliás, atmosfera é o termo que Marcelo Kraiser utiliza para dizer de algo essencial numa cena e performance. Gostei demais. Tudo o que muitas performances frívolas, que se intitulam de arte contemporânea, não conseguem realizar: coragem e poesia de quem faz (na próxima postagem eu falo sobre esse assunto).

 

 

Gilberto Gil: refazenda na cultura


Imagem de Marcello Casal JR Abr- fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/media/imagens/2007/09/11/1719mc198.jpg/view

Gilberto Gil deixa o Ministério da Cultura. Há uma análise muito interessante, numa entrevista concedida por Ana de Oliveira a Leonardo Brant, no blog Cultura e Mercado do Instituto Pensarte. Ana, uma especialista no tropicalismo (veja o site tropicália), repensa a Gestão Gil sob a ótica do movimento que desmontou o modelo nacionalista e trouxe novas percepções:

“Em sua complexidade conceitual, o tropicalismo assimilou matrizes criativas distintas – desde o considerado desprezível ao mais sofisticado estilo – e estabeleceu um diálogo profícuo entre cultura de massa, mercado, tecnologia, modernidade e tradição, superando velhas dicotomias éticas e estéticas.

Sabe-se que essa gestão do Ministério da Cultura empenhou-se na criação de canais de interlocução com âmbitos e manifestações culturais as mais diversas, sem prerrogativas ou discriminação entre o popular e o erudito, o regional e o urbano, o local e o global. Se muito foi feito para promover o acesso equitativo às novas tecnologias digitais, tanto se fez pela construção de uma política específica para a preservação da capoeira, por exemplo.

Em última instância – e em poucas palavras – entendo que o impulso tropicalista para a convocação geral (de parceiros, de pensamentos, de estilos, de gênios díspares) e esse amor pela dessemelhança, pela multiculturalidade, sejam pontos sensíveis dessa convergência.”

A gestão Gilberto Gil continua com o seu parceiro Juca Ferreira. Vi Juca defendendo corajosamente, no meio corporativo das artes, a diversidade cultural, deslocando modos de ver, ampliando o debate. As três diretrizes do Ministério, cidadania cultural, expressão simbólica e economia da cultura, tornaram-se conceitos-chave para as políticas públicas para a área.

A invasão bárbara de Gil abriu caminhos para a dimensão plural das culturas: singularidades do existir cotidiano. A gestão Gil deixa-nos, antes de tudo, a condição para não ficarmos reféns das referências exclusivamente corporativas, que procuram dominar hegemonicamente o debate e o espaço político. Cultura como economia da libido, estratégia de resistência aos poderes, re-invenção do humano.

A passagem de Gilberto Gil pelo Ministério da Cultura do Brasil foi uma refazenda: “anoitecerá tomate e amanhecerá mamão” – como ele mesmo disse, ao se despedir.

Mais referências:

Gilberto Gil: lado A e lado B

Sai Gil entra Juca Ferreira

Gil, Juca e o Ministério da Cultura –

Gilberto Gil/textos (site oficial) –

Pekin 2008

Beijing 2008 : 1/3 The runway (chinese-english version)

Referências:
Movido por um e-mail de Fabrícia Martins