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Hip-Hop in Concert no Teatro Francisco Nunes fecha o ano de 2008

HipHop in Concert fecha o ano de 2008 da nossa gestão nos Teatros da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte.

O projeto nasceu dos planos de gestão, que concebia uma ação voltada para o jovem (mas incluindo outros trânsitos geracionais), especificamente na área da música, concebendo perspectivas de uma arte mais autoral, mais comprometida com a existência, as afirmativades culturais e a atitude diante do mundo. O que estava em consonância com as diretrizes de governo, em termos de uma política para a juventude. Para isso, muitas consultas, análises e conversas.

Um projeto não nasce de uma cabeça, mas de uma pequena multidão. Surge de análises, de necessidades levantadas, de conceitos de ação para a gestão. Tivemos em mente dois segmentos musicais para a juventude: o Rock independente e o HipHop. Nossa preocupação era: quais segmentos permeavam a cidade e potencializavam uma ação musical mais ampla e diversificada, sem cair no ecletismo e nas políticas amorfas e sem comprometimento?

Ao lado do Rock independente, o HipHop foi um dos mais citados em nossas análies. Eid Ribeiro, curador do Festival Internacional de Teatro de BH, lembrou-nos da força da cultura HipHop nas Vilas de BH. Depois, Ricardo Júnior, parceiro de inquietações filosóficas e de paisagens cinematográficas, bateu na mesma tecla.


Por fim, definidos a trabalhar com o HipHop, procuramos artistas que tivessem experiência com o segmento, de um ponto de vista mais aberto e conectivo. Vieram as conversas com Gil Amâncio, cujas contribuições ajudaram a defir basicamente as linhas do projeto. Gil, desde a Cia Sera Quê? e suas experiências com o Nuc, além da passagem pelo Arena da Cultura, conhecia bem o segmento. Sua contribuição era mais do que necessária. Mais tarde, foi formada a Comissão Consultiva do Projeto, com a presença do Coletivo HipHop Chama (principalmente, Áurea, Larissa, Russo e Roberto, entre outras presenças), de Edson de Deus (fígura de estampa finíssima, que foi o primeiro produtor dos Racionais, em São Paulo, quando estes ainda não haviam estourado) e, finalmente, a equipe de produção formada por Renegado e Rômulo Silva, que tocam o projeto junto sob a coordenação de André Ferraz, gerente do Teatro Francisco Nunes. Isso sem falar na força do Arnaldo Godoy, que garantiu uma emenda parlamentar na Câmera dos Vereadores, para que o projeto, a partir de 2009, seja ampliado. Mais do que isso, é bom lembrar que o projeto é uma conquista do movimento HipHop de Belo Horizonte e Região Metropolitana.


HipHop in Concert
faz parte da ação Ressonâncias, que inclui ainda o Quarta Sônica – rock independente no Teatro Marília, que este ano fechou com a Banda 5 Rios. A outra linha de ação intitula-se Arte Expandida – experimentação nos Teatros Municipais, constituída de Improvisões, Momentum e Laboratório Textualidades Cênicas Contemporâneas. E tudo muito transparente, com curadorias e editais publicados.
Não podemos esquecer da Mostra de Artes Cênicas para Crianças. O projeto intitulava-se de Mostra de Teatro Infantil e já vinha sendo executado há 11 anos. A mudança de título seguiu a uma ampliação do conceito, incluindo a dança, o teatro de formas animadas, as performances baseadas nas culturas tradicionais e o resgate da cultura lúdica da infância. Infelizmente, em 2008 a Mostra não pôde acontecer pois a Lei Eleitoral proibia projetos governamentais com divulgação, no período de 5 de julho a 31 de outubro deste ano.
O que isso quer dizer? Quer dizer que os Teatros Municipais abrigaram a diversidade cultural, principalmente no que se refere ao direito à diferença. Apoiamos projetos da sociedade civil (Verão Arte Contemporânea, Fórum Internacional de Dança, Festival Estudantil de Teatro, Festival Internacional de Teatro de Bonecos, Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, Estação em Movimento, entre outros), sem falar nos projetos da FMC (Festival Internacional de Teatro, Festival de Arte Negra, Festival Internacional de Quadrinhos, Música de Domingo etc.). Devemos lembrar, ainda, da importância do período reservado para os espetáculos de artes cênicas, que se apresentam nos Teatros Marília e Francisco Nunes mediante edital de Concorrência.
HipHop in Concert encerra o ano. Agradecemos a todos e a todas que contribuíram para que os Teatros Municipais se tornassem expressão ampliada e diversificada da cultura e da arte.

Mais referências
Blog Converse:Arte Expandida, uma publicação da comunidade sobre arte contemporânea, tendo por mote os projetos experimentais dos Teatros Municipais.
Performance e Tecnologia – sobre Improvisões e outros projetos de performance art
Histórias de uma Arte Expandida – Mariana Lage levanta os antecedentes do Arte Expandida, começando pela nossa gestão no Centro de Cultura Belo Horizonte (1999-2004), principalmente o Cabaré Voltaire e a Zona de Ocupação Cultural.
Instant Compostion: Momentum

Encantamento de Rui Santana


Foto de Tibério Franca – Estado de Minas – divulgação

Rui Santana, artista plástico e guerrilheiro cultural, encantou-se no dia 05 de dezembro último.

Visitei, uma semana antes, sua exposição. Rui acabara de sair de hospital e sentava-se à mesa, recebendo os visitantes, mostrando suas últimas obras. Mas essa é só uma das imagens. As mais lindas estão entre as suas obras. São árvores e mais árvores. Luminosas, iridescentes. Disse ao Rui: alma russa antiga, iluminações puras. E ele me devolveu: uma coisa de cabala…

Conheci Rui nos idos 70-80. Estávamos numa sala da Escola Maternal Balão Vermelho. Rui acabara de matricular seu menino e eu brincava com as crianças. E ele me disse de seu interesse em aliar psicanálise e arte. E falava bem, com desejo de viver e de realizar.

Vez por outro tinha mais e mais notícias de Rui. Depois encontramo-nos num dos Festivais de Inverno da UFMG. Acho que foi em São João Del Rey. Ele me mostrou suas pinturas, que eu vi pela primeira vez. Não me demorava tanto nas artes plásticas. Mas naquele momento confirmei uma coisa: quando a obra possui forças ela o puxa para dentro. Você não consegue parar num detalhe sem que este o leve para o todo, mas não um todo “parado”, “fixo” e sim um todo dinâmico.

Depois nos encontramos novamente na época em que eu dirigia o Teatro Marília, na gestão de Patrus Ananias (1993-1996). O Teatro me foi confiado aos pedaços. Uma mobilização de artistas fez com que a Prefeitura passasse a administrar o espaço. Convidado, então,pela secretária de cultura, Maria Antonieta Antunes Cunha, a dirigi-lo e a recuperá-lo, iniciei um plano de várias frentes. Numa dessas batalhas, encontrei-me com Rui Santana e, numa conversa informal, ele propôs engajar-se comigo na luta.

Rui desenhou, então, algumas ações corajosas. Entre muitas outras estratégias que desenvolvíamos para trazer vida para o Marília (o teatro estava com um ar “pornô” na programação e um tom de “boca do lixo” no estado físico), foi Rui Santana quem trouxe mais ousadia: realizar um leilão de arte em prol do teatro. A outra ação foi um Baile de Máscaras, com instalações do grupo Kria. Isso sem falar na mobilização na mídia, no Projeto História do Teatro Marília e outras ações.

O leilão teve leiloeiro oficial e tudo o mais. Na verdade, Rui realizara mais do que uma ação para trazer recursos para o Teatro: ele fez uma intervenção no mercado das artes na cidade. As pessoas puderam comprar obras de artistas reconhecidos a preço baratíssimo. Foi um sucesso absoluto e, diga-se de passagem, com muitas críticas de galerias e setores conservadores que o acusavam de desvalorização do mercado, diga-se de passagem, totalmente: elitista.

Essa era uma idéia que Rui perseguia o tempo todo: democratização do consumo das artes plásticas. Quando eu estava à frente do Centro de Cultura Belo Horizonte, novamente procurei Rui para desenvolvermos mais uma ação de guerrilha cultural. E Rui apresentou sua idéia: vamos realizar um grande supermercado das artes plásticas, onde as pessoas poderão comprar obras em prateleiras, a preço acessível, e tudo o mais. Não conseguimos realizar, tanto eu quanto Rui já estávamos tomados por muitas outras tarefas.

A passagem de Rui pelo projeto Arena da Cultura, da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, trouxe qualidade, audácia e mobilização social em torno dos jovens e do graffiti. Depois veio a 1a Bienal Internacional de Graffiti de BH. Rui estava, cada vez mais, defendendo a idéia de uma arte livre, de acesso amplo.

Isso é só um pouquinho. Muito pouco, mesmo. Quando visitei Rui pela última vez, o círculo quase se fechou, que ele não fecha, pois é pincel passado rápido e sem parar sobre o papel. Há incompletudes… Mas o círculo, se tivesse um fechamento, seria este este: o momento que eu o vi pela primeira vez e o momento em que o vi pela última vez. Ou são apenas duas imagens-lembrança num caudal de lembranças-puras? Estas sim, carregam a força da virtualidade, daquilo que não parou, que é fluxo.

Então, o que a produção de imagens sobre uma existência significa? Nada diante da imensidão da coragem, força e vontade de viver que Rui possuía e transmitia. Nada diante da reinvenção de si no dia-a-dia, obra de um guerreiro das estepes. Nada diante do universo da expressão e do mistério que é uma vida humana.

Mais referências sobre Rui Santana:
Exposição mostra pinturas de Rui Santana. Por Water Sebastião, Divirta-se – Estado de Minas.

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Uma carta de Fabrícia: Les Laboratoires D’Aubervilliers


Fabrícia Martins
estuda no curso “arts du spectacle chorégraphique” Paris. Tem se voltado para as pesquisas em performance, principalmente composição cênica em tempo real. Enviou-me um material maravilhoso, incluindo o Journal des laboratoires, produzidos por um coletivo de estudos em performance, do qual faz parte, intitulado Laboratoires d’Aubervilliers.

São pesquisas transdisciplinares, nas quais se entrelaçam linhas conceituais e sensíveis. Vou ler e tentar trazer, para o blog, alguma coisas dos materiais. Há textos maravilhosos, atravessando questões do nosso tempo e sobre os Laboratoires D’Abervervilliers. Ela me fala de uma improvisação realizada pelo coletivo por duas semanas numa galeria: “as improvisações eram abertas a quem quisesse, bastava se inteirar das regras.”

Tive a oportunidade de conviver num processo criativo de treinamento com Fabrícia, em 2002, na Escola de Artes Cênicas/Escola de Belas Artes-UFMG. Fabrícia fazia parte do grupo de Dudude Hermmann, a Cia Bem-Vinda. Sua experiência e seus interesses em dança já ultrapassavam as fronteiras dessa arte, voltando-se para a performance art. Lembro-me de uma discussão, em que as pessoas falavam muito da necessidade de repetir uma ação – de gravá-la etc. Fabrícia, então, questionou: “Não entendo porque as pessoas de teatro têm tanto necessidade de treinar a repetição, pois não existe um ação que seja igual à outra… O que temos é somente mudança…” Ela já estava utilizando um procedimento que mais tarde eu iria começar a adotar, principalmente a partir das leituras de Renato Cohen e John Cage: a ação em tempo real e a indeterminação.

Além disso, fizemos um exercício por algumas horas com bastão. É muito simples e consiste em utilizar o objeto como um diálogo tônico, retirando-o depois e deixando apenas a dança pessoal. Foi ótimo, para mim, compartilhar do pensamento-corpo de Fabrícia, nem que fosse por um momento só. Depois ela foi fazer o mestrado em Paris. Ultimamente, tem pesquisado e estudado o campo da performance, dedicando-se ao processo da composição em tempo real, um procedimento desenvolvido pelo coreógrafo e performer João Fiadeiro.

O blog de Fabrícia é pura poesia. Chamei de fábrica d(e)os sentidos. Há um texto do dia 15 de setembro (as postagens quase nunca trazem título, o que é muito interessante) que é uma jóia. Há um toque existencial e irônico: “virei rinoceronte” e “urubus famintos se aproveitaram da vaga que deixei”… Às vezes, o cotidiano aparece, nu e cru: “vomitei duas noites e dois dias e descansei no domingo”. Mas não há nada de vida particular, de vidinha mesmo ou de qualquer coisa do tipo “olha pra mim”. Ao contrário, a pura expressão.

Mais referências
Les Laboratoires d’Aubervilliers – performance by Antonia Baehr
French Research – Les Laboratoires…

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Pensamento e arte

Quais são as relações que podemos estabelecer entre o pensamento conceitual e o pensamento artístico?

Justamente, citando Deleuze e Guattari, “pensar é pensar por conceitos, ou, então, por funções, ou ainda por sensações, e um desses pensamentos não é melhor que o outro, ou mais plenamente, mais completamente ‘pensado'” (O que é Filosofia).

Se a arte pensa pelos seus próprios meios, o que buscamos no pensamento conceitual? Que potências surgem desse encontro?

Lyotard coloca-nos numa trilha de potência: se para os semiólogos, dizia ele, o pensamento tem sua força na significação, para ele servia antes para colocá-lo em movimento.

Lembro-me de uma conversa com Antônio Araújo, encenador do Teatro da Vertigem, quando ele me dizia que um conceito poderia ser uma fonte de inspiração. Ou, então, uma ferramenta. Como, por exemplo, o conceito de agenciamento maquínico (Deleuze e Guattari), que faz conexões com o seu pensamento-encenação. Os dois termos – pensamento da encenação e pensamento conceitual – não se correspondem biunivocamente. No entanto, há aqui convergências, confluências e contaminações outras: a produção de um novo espaço, que está entre a cena e o conceito – não sendo nem um nem outro. Marcelo Kraiser, nas suas aulas sobre Deleuze, lembra que conceitos não se aplicam, sendo antes uma caixa de ferramentas, como Foucault propunha.

Já entre os usos de baixa potência, encontra-se a idéia de que o conceito fundamentaria a criação artística ou mesmo uma pesquisa sobre seus procedimentos e técnicas. A arte não necessita de fundamentos de outra disciplina criativa. Se já não é uma puxada de tapete nos fundamentos, sejam eles quais forem…

Deleuze, numa conferência para estudantes de cinema em 1987, intitulada O ato de criação, lembra que a tarefa do filósofo é a de inventar conceitos. E que esta não seria a tarefa de artistas. Não que eles não pudessem fazê-lo, mas sim que criar em arte é outra coisa. Cineastas, no caso, teriam por tarefa a invenção de blocos de duração/movimento. Se temos, por exemplo, como plano de trabalho, o Teatro Performativo (e toda a gama de espaços entre dança e teatro), poderíamos pensar em termos de uma lógica de sensações, produzindo blocos de duração/corporeidade e performatividade.

Diverso disso, encontra-se a noção de metáfora, que funcionaria como um modo “aproximativo” do conceitual e que poderia, entre outras coisas, “revelar” o pensamento artístico em outro meio. Há um equívoco nisso (sobre os procedimentos artísticos e os termos utilizados para efetivá-los): quando Zeami, mestre do Nô, dizia que a função do ator é abrir a flor na audiência, ele não faz uso de metáforas, mas realiza um ato, na esfera da literalidade. Obviamente que flor tem múltiplos sentidos – e não alusões metafóricas. Uma vez eu vi um ator japonês realizar uma demonstração com um gesto belíssimo: “veja esta flor/tão bonita/que pena, vai morrer”. O que Zeami queria, literalmente, é incitar o ator a abrir uma flor na audiência. Às vezes, as expressões verbais funcionam em contextos muito específicos que, uma vez transpostos, não só se modificam, mas passam a possuir vida própria, servindo para outras inspirações.

Deleuze e Guattari, em Mil Platôs n. 04, referem-se à questão da metáfora e da literalidade, a partir do uso da palavra “como”:

“Interpretar a palavra ‘como’ à maneira de uma metáfora, ou propor uma analogia estrutural de relações (homem-ferro= cachorro-osso), é não compreender nada do devir. A palavra ‘como’ faz parte dessas palavras que mudam singularmente de sentido e de função a partir do momento em que as remetemos a hecceidades, a partir do momento em que fazemos delas expressões de devires, e não estados significados nem relações significantes.”

E citam, ainda, o ator De Niro, que num filme andava “como” um caranguejo, não entendendo isso em termos de imitação, tratando-se antes de compor com a imagem.

Volto à questão: a produção de imagens, expressões ou noções que configurariam um pensamento estético ou uma taxonomia de criação, ou, ainda, uma série de procedimentos técnicos, como é o caso da flor de Zeami. Não são conceitos e tampouco funções. Como estão no plano da linguagem, têm as características do meio que atravessam e sofrem um desvio… Por isso Brian Massumi sugere que os artistas façam seus manifestos poéticos, por meio de paradoxos, mantendo vivia a relação com os desvios criativos.

Uma coisa não funcionaria: apropriar-se de pensamentos outros para sufocá-los, retirar suas potências, deixá-los esmaecidos… Ou ainda, numa mistura sem consistência. Afinal, como dizem os autores do Critical Art Ensemble (Distúrbio Eletrônico): “confinar uma minhoca, uma lesma e uma galinha em uma mesma caixa nãos as tornam membros da mesma espécie” (São Paulo: Conrad do Brasil, 2001, Tradução de Leila de Souza Mendes).

Referências:

DELEUZE, Gilles. O ato de criação.

Especial para a “Trafic”, tradução de José Marcos Macedo, publicado na Folha de S. Paulo de 27/06/1999.

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Arte e Cultura Filosofia Geral

Bergson por Deleuze: a cada instante, o movimento já não é

Imagem: zoomyboy.com

“A cada instante, o movimento já não é, mas isso porque, precisamente, ele não se compõe de instantes, porque os instantes são apenas as suas paradas reais ou virtuais, seu produto e a sombra de seu produto. O ser não se compõe com presentes. De outra maneira, portanto, o produto é que não é e o movimento é que já era. Em um passo de Aquiles, os instantes e os pontos não são segmentados. Bergson nos mostra isso em seu livro mais difícil: não é o presente que é e o passado que não é mais, mas o presente é útil, o ser é o passado, o ser era (“Matéria e Memória”) – veremos que essa tese funda o imprevisível e o contingente, ao invés de suprimi-los. Bergson substituiu a distinção de dois mundos pela distinção de dois movimentos, de dois sentidos de um único e mesmo movimento, o espírito e a matéria, de dois tempos na mesma duração, o passado e o presente, que ele soube conceber como coexistentes justamente porque eles estavam na mesma duração, um sob o outro e não um depois do outro. Trata-se de nos levar, ao mesmo tempo, a compreender a distinção necessária como diferença de tempo, e também a compreender tempos diferentes, o presente e o passado, como contemporâneos um do outro, e formando o mesmo mundo.”

Referências

– DELEUZE, Gilles –  “Bergson: 1859-1941”.
Tradução de Lia Guarino – NRT [Tradução originalmente publicada como anexo em Gilles Deleuze,Bergsonismo, tr. br. de Luiz B. L. Orlandi, SP, Ed. 34, 1999, pp. 95-123].

– Bento Prado Jr, analisa Deleuze – entrevista a Cássio Carlos, FSP, 02.06.96
– O Bergsonismo de Gilles Deleuze – Sandro Kobol Fornazari
– Dossiê Gilles Deleuze e Félix Guattari – inclui o texto acima completo no link “Bergson – 1956”
– Deleuze tirou a poeira das idéias de Bergson – Peter Pál Pelbart